sábado, 15 de setembro de 2012

Greve + Onde Chega o meu Xixi

Esses dias, recebi um link do blog de um amigo e colega que me deixou pensando. Nesse texto, ele fala sobre como se sente "traído", de certa maneira, pelo Direito, seus estudantes e, porque não dizê-lo, o mundo. Indignação válida, vale ressaltar. E, bom, lendo o texto fiquei matutando por bastante tempo e até sacrifiquei a soneca pós-almoço (PASMEM!) pra escrever, como sempre, num bloco de notas em que eu coloco até os htmls do texto, porque assim me sinto escrevendo o texto completamente e de acordo com a mente. Feita a pequena introdução, eu gostaria de dizer umas palavras que talvez não agradem ao colega escritor (grandes chances de não agradar ninguém - não tô aqui pra isso). Talvez complementem, não sei, mas possivelmente não serão nada além de umas palavras inúteis. A liberdade de expressão que faltava décadas atrás, bem como a minha cara de pau (que nunca faltou, diga-se de passagem), são os culpados por esse texto. Eu não (a culpa é minha e boto ela em quem eu quiser).

Não há como começar sem falar o motivo pelo qual aquele texto foi escrito: estamos há quase quatro meses sem aulas por causa da greve dos professores das universidades federais e, como a situação está nos deixando sem expectativas de que haverá um fim romântico, em que tudo dá certo no final e vive-se feliz para sempre, alguns estudantes estão se "rebelando" contra a greve dos professores de modo a fazer com que as aulas voltem. Alguns conseguiram, outros não e, pra falar a verdade, isso nada interessa, pois essa "rebelião" é, sem sombra de dúvida, um dos atos mais EGOÍSTAS e MEGALOMANÍACOS que já vi na minha vida. Sou contra os estudantes brigarem com os professores em greve pra voltarmos às aulas, apesar de que gostaria que as aulas voltassem, também quero me formar no tempo certo e sem "perder tempo", porém há outra coisa aqui que devemos pensar, algo além de nós e do nosso umbigo: o futuro da educação do Brasil anda em jogo. Parece utópico falar isso, mas, por incrível que pareça, isso tem um quê de verdade.
A verdade é que todo o sistema educacional (desde o ensino fundamental até as pós-graduações) está em crise por falta de investimentos, que, quando aparecem, são feitos apenas em estruturas físicas, são pra inglês ver. Na FURG, por exemplo, foram construídos prédios novos, porém faltam professores; os anos letivos começam e algumas disciplinas iniciam somente na metade do semestre, pois não há professores. Por vezes, os demais acabam abraçando outras disciplinas para que os alunos sejam menos prejudicados possível. É preciso que seja reconhecido o esforço de alguns professores. O movimento estudantil brasileiro tem um câncer que o está matando: envolveu-se com a política e não consegue, ou pior, não quer livrar-se dela, então não podemos esperar que faça algo completamente isonômico pelos estudantes, que também têm culpa por sua falta de mobilização e sosseguismo. 
Porém, agora que as coisas podem acontecer, os alunos, em um ato de extremo egoísmo, querem fazer parar a greve apenas para que cumpra-se o ano letivo, porém não percebem que a desvalorização à carreira de professor prejudica toda a sociedade. Não formam-se bons profissionais, apenas pessoas que se preocupam em "(...) saber se o gabarito daquela questão de Direito Administrativo da CESPE está correto". Valorizamos mais as nossas aulas medíocres com professores insatisfeitos e, às vezes, desqualificados para os cargos, do que a possibilidade de melhoria na educação (que gosto de chamar de "ciclo educativo") e, por conseguinte, devido ao tal "ciclo educativo", na sociedade como um todo. Só pode ser megalomania acharmos que somos mais importantes do que a sociedade em que estamos. Percebamos que é esse egoísmo que vem tornando o Brasil um país de desigualdade social imensa e não apenas os políticos e os demais corruptos. Corruptos somos nós, que esperamos que tudo caia no nosso colo e/ou que os outros façam o mundo melhorar em nosso lugar enquanto ficamos tentando atrapalhar.
Depois de tudo isso, faço um apelo: você, que não ajuda em nada, faça o favor de não atrapalhar com seu egoísmo. Deixemos que os professores resolvam de uma vez por todas esse problema com o governo. Torçamos pra que seja o mais rápido possível, porém não devemos forçar os professores a darem um tiro no próprio pé, desistirem após quatro meses em greve. Que fiquem mais um ano paralisados, mas que façam o governo olhar pra educação. Quero aulas, quero férias no verão, mas também quero uma educação de qualidade e um país melhor pros meus filhos. Pros filhos de vocês também. Criem consciência comunitária. Larguemos a punheta e o vade mecum desde que deixemos de lado também esse egoísmo que nos faz retroceder.  Posso estar vendo apenas até onde chega meu xixi, mas uma coisa eu sei: ele chega longe.

sexta-feira, 7 de setembro de 2012

O que importa é o que interessa.

O que é mais importante: Cérebro ou Beleza?

Man, sempre que perguntam isso pra mim, eu fico sem resposta (JURO!). Porém, depois de refletir um pouco, cheguei à seguinte conclusão: o que importa é o que interessa. Sim, galera, a resposta é exatamente essa, sem tirar nem por. Explicarei com base na minha vida. 
Houve um tempo onde eu, facilmente, responderia "BELEZA" (se eu quisesse mostrar interesse, responderia pra ela "inteligência", porém, intimamente, era "beleza"): era o tempo onde eu não queria conhecer a pessoa que tava ali comigo: o tempo dos beijos escondidos (da sociedade e/ou dos namorados delas), o império universal da beleza. Sem frases, sem conversas que fossem mais profundas do que "de novo amanhã?". 
A barba foi crescendo, e o "de novo amanhã?" tornou-se uma conversa mais aprofundada, como se eu sentisse necessidade de conhecer a pessoa, até porque eram pessoas menos conhecidas. Foi a fase de namoricos e namoros, de pensar que a vida era feita de amor(es). A resposta pra pergunta seria "os dois são importantes". Erro meu, novamente.
Agora, depois de algum tempo de prática, cheguei à (acredito eu) resposta certa, uma resposta que posso falar pra todo o mundo sem problema algum: "O que importa é o que interessa".
Será que alguém já percebeu que ser inteligente e ser bonito não são coisas que se anulam? (Será que alguém na face da terra pensa como eu?)

O que realmente importa é o que faz a pessoa ser interessante. Pode ser a inteligência, pode ser a beleza, ambos ou nenhum (sim!). Além disso, beleza e inteligência são critérios subjetivos demais pra poder haver uma fórmula de "a pessoa atraente". Pode acontecer que a pessoa seja inteligente, porém a outra não se interesse por saber a teoria das cordas, mas sim por novelas, ou seja, toda essa inteligência não tem uso algum nesse caso. Por exemplo: quem disse que a pessoa que recebe um nobel da ciência se daria bem com alguém que tenha curado o câncer (supondo-se que as duas sejam consideradas as duas pessoas mais bonitas do mundo)? Um pode achar o outro um completo ignorante, ou feio, ou ambos. Um funkeiro sentir-se-ia perdidamente enamorado por aquela mina meio feia que toca violino na orquestra sinfônica e vice-versa? sinto vontade de gritar "NÃO", mas estaria falando besteira. Basta que eles se sintam atraídos um pelo outro. Basta que sejam compatíveis. Relacionamentos entre pessoas incompatíveis tendem a não dar certo, por mais superficiais que sejam. 
Então, a minha conclusão foi a seguinte: não interessa se beleza da pessoa for maior, menor ou igual à inteligência, pois não há como dizer "uma pessoa com x% de beleza e o resto de inteligência". Não são a mesma coisa, são critérios diferentes e completamente subjetivos. Além disso, nem só de beleza e inteligência é feita uma pessoa. O mais importante é que sejam compatíveis e se sintam atraídas uma pela outra. Os opostos (apenas) se atraem, mas são os complementares que "dão liga".
Acabaram-se as dúvidas e o que eu ainda não sei é o porquê da insistência nessa pergunta.