domingo, 24 de julho de 2011

Confused on Inception

Com essa música, fica triste. 
Com essa música, fica menos triste.
Com essa música, fica parecendo um cão arrependido.
Com essa música, fica parecendo um chororô.

(Aí tu pergunta: "Tem quatro músicas aí, mano! E agora, o que é que eu faço?" Se tu não souber, não posso ajudar sem correr o risco de perder a parcialidade)



Sabe, guria, eu fiz mil merdas na vida. Mais de mil. Mas aquela é a que mais me traz arrependimento. Já tive sucesso em várias coisas que já tentei fazer. Mas aquela foi a maior. A maior. Olho pras fotografias e vejo que deveria ter feito o que não fiz, ou será que é não fazer o que fiz? Não sei, guria. Tá foda aqui. Cada vez mais difícil, meio impossível, eu diria.
Eu dificilmente deixo de fazer as coisas que eu quero fazer quando posso. Mas aquela vez foi demais. Eu também facilmente deixo de fazer as coisas que eu quero fazer quando não posso. Sou participante do clube dos cagões. E agora eu sofro com isso. Ou talvez isso nem seja sofrimento, seja somente o arrependimento batendo com força na minha cabeça que dificilmente se confunde, mas agora está tão confusa que não consegue nem saber se está ou não confusa. "Onde foi que eu errei?" "Não sei." "Será realmente que errei?" "Também não sei". É uma confusão desconfusa, ou talvez uma desconfusão confusa. Não sei se tô pensando certo, guria. Quando acho que tô pensando o certo, tudo muda e eu não sei mais se aquilo que eu pensei é o certo. Tô tão perdido quanto alguém no meio de Inception, sem conseguir diferenciar sonho de realidade. Será a realidade um sonho ou o sonho é a realidade? Guria, não sei o que pensar. 
A única coisa que sei é que eu me arrependo de todas as burrices que fiz na vida, principalmente aquelas que não pude ou não posso consertar. Ou será que posso? Não sei, guria. A culpa é tua. Ou será que é minha? Ou será que, por ela ser minha, jogá-la em ti me faz bem? Quem sabe ela seja tua e eu quero tê-la, inconscientemente, na minha consciência? Não tenho mais certeza de nada, guria. Queria te chamar de morena, mas tu é loira, ruiva, morena, com cabelos lisos, cacheados, encaracolados. Tu me confunde tanto, guria, que não sei mais nem de que guria eu tô falando. É errado, isso? Ou é só um problema por gostar de mais de uma e lembrar de todas? Será que eu realmente senti algo ou eu me forcei a sentir? Ah, guria, eu que me orgulho de te conhecer tanto te vejo como uma estranha agora. Qual é o meu problema? Guria, me responde por que é que eu sou assim, por favor!
QUAL É O PROBLEMA? Ou seriam problemas? Ou talvez nem seja um problema, seja uma solução. E agora, guria, o que eu devo fazer? Aliás, eu sei o que eu devo fazer, mas penso adiante e a razão junta-se com o sentimento (será que é um sentimento? Eu sei que não, mas parece que sim). E qual a solução? Vejo mil, às vezes apenas uma fica em foco e as outras ficam borradas. Mas, num turbilhão, tudo muda. Isso é confusão ou é apenas uma visão estratégica de todos os momentos? Desculpa por não saber. Me arrependerei depois, ou talvez não. Não importa, gurias, vocês sabem - e se não sabem, fiquem sabendo a partir de agora - que eu me arrependo de todas as cagadas e até de alguns acertos, mas que eu faria tudo exatamente da mesma maneira, mesmo sabendo que me arrependeria depois.
Ah, gurias, vocês me deixam louco. E, masoquisticamente, eu meio que gosto disso. Aliás, o sadismo disso tudo também me atrai. Gurias, eu quero vocês. Agora. Todas e nenhuma. Ao mesmo tempo. Quero de volta, quero pela primeira vez, mas não pra sempre. É errado isso? É errado achar isso certo?
Aceitam um chá, um abraço, um beijo e um pedido de desculpas?

Is this the real life? Is this just fantasy?
I'm not insane, I'm not, not insane!
What I am, to you, is not what you mean to me...

quarta-feira, 20 de julho de 2011

Aos meus amigos.

Melhor se ouvido com esse som da Veraloca: Aos meus amigos

Sei que é clichê comum [já perceberam quão clichê é dizer que uma coisa é clichê quando essa coisa é clichê? É uma clichelização do uso de clichê. Prevejo mentes explodindo.] escrever mensagens pros amigos no Dia do Amigo, mas que se foda, eu acho que amigos merecem uma homenagem. 
Um amigo é mais do que aquela pessoa com quem tu sai pra dar uma volta, muito mais do que aquela pessoa pra quem tu oferece apoio ou te apóia nas horas que tu mais precisa. É mais do que alguém em quem tu possa confiar todos os teus segredos Ser amigo é muito mais do que aquela cerveja todas às quartas vendo o jogo e o futebol na segunda, sete às oito. Um amigo não é aquela pessoa que te convida pra comer uma pizza ou divide o último chiclé, não é aquela pessoa que, haja o que houver, se fode junto contigo. Não é aquela pessoa que tu abraça quando tá bêbado e te leva pra casa mesmo quando não tem condições de ir sozinho.
Amigo é muito mais do que o que eu disse acima, por ser muito mais simples (não significando que não sejam raros, pois não existe fábrica de amigos, tampouco uma fórmula pra fazê-los). O que é um amigo, então? é uma pessoa especial, que te marca pra sempre com qualquer tipo de atitude que te faça sentir bem, dure essa amizade um minuto ou um século.

O dia do amigo não é um dia pra falarmos com todos os nossos amigos, ou reclamarmos dos "maus amigos" (quem faz isso merece se foder, mesmo). É uma das únicas "datas 'comemorativas' sobre pessoas" que não precisamos falar nada pra ninguém, tampouco presentear. Basta sentir-se bem lembrando dos momentos que você passou com seus amigos e pronto, eles estão presenteados com o melhor presente que alguém pode receber: um amigo.


Feliz Dia do Amigo a todos os amigos, a todos que me consideram um amigo, todos que têm amigos e todos que são considerados amigo de alguém. Real, virtual, ou sexual.

sexta-feira, 15 de julho de 2011

Frígidas.

Frígida sempre aproveitou a liberdade que seus pais lhe davam. Aos 14 anos, conheceu aquele que viria a ser seu primeiro namorado, um playboyzinho da zona norte da cidade, que tinha um carro e era neto do maior empresário da região. O cara mais desejado por todas. O número 1 da lista dos sonhos de toda guria. O maior comedor. Os anos se passaram e Frígida, aos 16, engatou o namoro com "o amor de sua vida". Ele, aos 22, cursava engenharia e estava há 2 anos da formatura, enquanto Frígida estava no segundo ano do antigo segundo grau. Tudo ótimo, Frígida havia se "aquietado" e juntos ambos esperavam a "hora certa" para a primeira vez. Tudo perfeito, até o "dia D" chegar, pouco mais de dois meses depois do pedido de namoro. O playboy que já havia traçado mais de 20 com seu corpo malhado, carro e dinheiro fez toda a cena de "Malhação", janta no restaurante mais caro, o vinho mais caro e o melhor quarto no melhor motel, com pétalas de rosas. O sonho de toda virgem: o momento perfeito com o cara perfeito. Tudo começou bem, um banho de banheira, beijos, e partiram pro gran finale, na tal da cama king size. Preliminares: não existiram. O tal comedor partiu pra cima com força, rompeu o hímen, fez duas ou três posições e, 30 minutos depois, completou o serviço, num final tipo filme pornô. Tomaram um banho, deram outra, dessa vez com preliminares: uma masturbação nos grandes lábios e um sexo oral do tipo cachorro-bebendo-água. Ela tentou também, sem sucesso, porque era fresca demais e mulher cheia de dedos na cama deve ser pior do que uma boneca inflável. De quatro, frango-assado e uma posição estranha do tipo vem-cá-minha-puta. 40 minutinhos e a festa acabou, da mesma forma que a outra. Tomaram banho, saíram, foram cada um pra sua casa, nosso amigão pensando "dei um trato nela", enquanto nossa amiga anotava tudo num diário, com todos os detalhes possíveis. O namoro durou mais quatro anos e o Frígida virara um mero depósito de porra. Uma ou duas "esvaziadas", colocavam a roupa e iam pra faculdade juntos. Ele no quinto ano, após repetir várias vezes, ela no segundo, com seu caderninho do Ramones e um piercing no umbigo que ninguém via porque ela não podia usar nenhuma roupa "de mulher". O fim foi trágico: saindo da aula antes, ela foi até o carro do namorado que estava com as luzes acesas e os vidros embaçados. Muita choradeira, xingamentos, brigas e duas "voltadas" e términos, ela estava sozinha e ele formou-se e saiu do país. Estava livre pra conversar com todos e o mundo novo que ela entrava era fascinante. Deu algumas vezes e hoje, aos 27, jamais teve um orgasmo e jamais fizera alguém ter um. Pegava com a ponta dos dedos e lambia com a pontinha da língua. Nunca ninguém a ensinara a fazer algo certo.  Uma vez foi chamada de puta e outra, com um puxão de cabelos, desistiu. Frígida é uma gostosa, mal comida, não sabe transar, nunca gozou, nunca tentou "se conhecer" e nunca quis aprender ou fazer nada além do "básico", até o momento em que simplesmente desistiu de fazer sexo. Frígida é um conjunto de todas as possíveis maneiras de mulheres frígidas, seja por opção ou por não terem conhecido um homem de verdade.

quinta-feira, 14 de julho de 2011

Analisando textos sobre sexo e relacionamentos: Pt 1 (?)

Não, esse não é um post SOBRE sexo e relacionamentos =(
Só tem uma forma de deixar um texto que contenha sexo ser triste: assim (CUIDADO - NSFW!). Foda mesmo é encontrar um texto feliz ou pelo menos não-triste sobre relacionamentos (excluindo, claro, o depoimento que aquela pessoa que é teu sonho de consumo acabou de receber da namorada dele e todo o tipo de "eu te amo"). Relacionamentos estão fadados a serem publicados como textos tristes: o texto que tu escreve sobre quem tu ama sem ser correspondido, o texto que tu escreve sobre quem tu perdeu, Romeu e Julieta, seus pais não deixando o namoro acontecer, ~le chifre~, etc. São, em grande maioria, tristes. É a tendência, pleonásmica, da moda.
Enquanto isso, os sexuais são normalmente mais felizes, embora infelizes na maneira em que são escritos: buceta é uma delícia (...) de falar. Mas, pra ler, complica. Cuzinho é pior ainda: além de péssimo de ler, ouvir também é nada interessante. É tão ruim quanto ouvir ~le texto~ de atores pornô. Coisas que alguns de nós até falam, mas ouvir os outros falando é, no mínimo, estranho. Já os que não são buceta-cuzinho, são aristocráticos demais: a qualquer momento parece que vai ter um "com seu perdão, penetrá-la-ei no orifício do seu órgão sexual feminino com meu órgão sexual masculino. No que tange à possibilidade de causar alguma dor, peço encarecidamente que me avise caso esta seja incômoda. Com votos de felicidades, cumprirei a tarefa. Atenciosamente, seu marido, portador do RG 00000000000 inscrito no SSP-RS. Segunda via". Só de escrever, broxei umas 4 vezes (não que alguém queira se masturbar lendo um texto qualquer com um tema sexual (eu acho)). São esses extremos que eu quero evitar nos meus próximos textos e, como sou um bobagento por natureza, preciso de dicas. Enquanto isso, vou pensando no que escrever.



NSFW - Not Safe For Work

Relação intertextual

Faz uma cara que não apareço por aqui. Eu não sei como posso explicar. Eu escrevo e sempre apago. Apago mesmo, com vontade. Nem salvo. Sou como a maioria dos escritores: frustrado. Só que a minha frustração vai além dos limites. Eu fico brabo, rasgo rascunhos, apago sem salvar. Um texto mal escrito me deixa com uma sensação de "eu sou ridículo até pra escrever uma merda de um texto". Penso nos textos que todo mundo escreve e olho pros meus e penso: "que lixo é esse?" e meu dedo vai direto, sem dó, pro shift+delete. Apagar permanentemente? Sim. Porém, por incrível que apareça, eu nunca fiquei enlouquecido querendo voltar no tempo pra buscar um texto apagado. Não choro sobre o leite derramado. Volta e meia tenho uma idéia que eu considero genial, mas dificilmente invisto, por preguiça ou apenas por ter certeza do insucesso. Tu vem aqui e já lê lixo suficiente, já pensou se eu for postar o que escrevi sobre mulheres e apaguei? Se EU não mereço, magina tu. Também em relacionamentos.
Quem entender, entenderá.


(e assim começa uma nova fase na minha vida de blogueiro frustrado)