quinta-feira, 15 de março de 2012

esse optimum vobis potest

Poucos de vocês sabem, mas eu não tenho religião alguma - incluindo como religião o ateísmo, a tal da "religião da ciência" - o que faz de mim um agnóstico. Minha opção nem sempre foi pelo agnosticismo, pois sou de criação católica (inclusive já fui coroinha e - graças a Deus (?) - quase um candidato a padre), mas quando experimentei pela primeira vez essa mistura de tudo-e-nada balanceado que é o agnosticismo, meus olhos brilharam. 
Já critiquei por escrito aqui no blog (ainda critico e criticarei, embora provavelmente não com textos) a nova geração de evangélicos e seus métodos um tanto quanto contraditórios, medievais e radicais de conversão e manutenção de fiéis (sabendo, claro, que não são todas, assim como nem todo padre era inquisidor-queimador-de-bruxas) e tenho visto o ateísmo fazer as pessoas acreditarem em uma - inexistente - superioridade (a mesma superioridade que as pessoas que não assistem BBB dizem ter (E NÃO TEM!) sobre as que assistem) e, entre esses dois extremos, optei por ponderar, até porque anda meio difícil provar a (in)existência de um ser superior, porque cada resposta sempre traz uma gama ainda maior de perguntas e quando se descobrir o que vem antes, procurar-se-á algo "anterior ao antes", "anterior ao anterior do antes" e assim sucessivamente. 
Além disso, minha escolha me permite - felizmente, sem ser queimado por heresia (mas confesso que às vezes sou xingado pelos tão superiores religiosos (incluindo ateus))- acreditar e não acreditar no que eu achar que devo. Não sigo as 3 leis de newton, o alcorão, os 10 mandamentos, o satanismo, a filosofia hindu, nórdica, africana, os x-men, o bátima, a Clarice Lispector, o Caio Fernando Abreu e a Tati Bernardi (esses três contam como um só, tipo a Santíssima Trindade), ou o que quer que seja; apenas uso-as de acordo com o que eu vejo ser melhor e mais adequado à situação (mesmo que, às vejes, não seja necessariamente o melhor pra mim). Porém, respeito todos (embora faça piadas de alguns) - incluindo os que não me respeitam - e seguro o meu ímpeto em acreditar que minhas (des)crenças são melhores que a dos outros, afinal, pra mim, somos todos materialmente iguais, seja sendo filhos de Deus, Alá, Javé, Rá, Jah, vindos de Marte ou de algum outro universo, espíritos, mamíferos bípedes dotados de teleencéfalo altamente desenvolvido e polegar opositor (ô, documentário "lindo" esse ilha das flores), ou até nossos próprios deuses. O que nos divide é a nossa ignorância em acreditar que algum de nós pode ser melhor que o outro, quando apenas podemos ser melhores ou piores do que nós mesmos (e é isso o que nos diferencia: sermos melhores ou piores do que já somos). 
A verdade é que mundo só vai melhorar quando os homens forem no dia seguinte melhores do que são no dia anterior, colocando sua fé no que quiser ou acreditar ser melhor, mas sempre seguindo o ensinamento do carinha lá que, divino ou não, uma vez disse "amai-vos uns aos outros assim como eu vos amei".

Por fim, fiquem com uma imagem que retoma e resume tudo o que eu quis dizer:





 (o texto acima foi adaptado de um comentário que eu mesmo fiz num post do blog de um amigo (aconselho!) Casa do Everson - o texto que tem o comentário (que, por sinal, tem uns erros cabulosos no português porque eu não corrigi depois de escrever) tá aqui)